Os Blogs de Quinta me propuseram escolher de 3 a 7 livros que marcaram minha vida, listá-los e escrever um pequeno parágrafo sobre eles. Mas confesso: foi difícil, muito difícil, escolher apenas sete livros - mas tive que colocar mais um no final por consideração. É verdade que eu não li tantos livros assim em minha vida, mas já tenho uma continha razoável de obras que recomendo. Quando comecei a fazer uma pequena listinha dos livros que eu poderia comentar aqui, completei seis, mas ao ir na minha estante de livros: momento nostalgia ao lembrar de livros maravilhosos que eu li há 5, 6 anos atrás, que também foram maravilhosos, mas que o tempo me fez esquecê-los. Comentarei sobre 8 livros, mas foram 8 livros que eu me lembro com muito, mas muito carinho mesmo. Houve muitas outras obras cujas leituras foram também agradáveis e gostosas, mas que não marcaram tanto assim, no entanto merecem ser lembradas: O Xangô de Baker Street, O homem que matou Getúlio Vargas - ambos do Jô Soares -, Memórias de uma Gueixa, Gomorra, Morte e Vida Severina, Meu pé de laranja lima, Sagarana, O jogo do Anjo, O falecido Mattia Pascal, A metamorfose, A Revolução dos Bichos, O Pequeno Príncipe, O diário de Anne Frank, O Cortiço, Noite na Taverna, entre outros.
As Brumas de Avalon - Marion Zimmer Bradley
Sem dúvidas, esta foi a história que mais me marcou. Quando alguém me pergunta qual livro eu recomendo ou qual eu mais gostei, este é o primeiro que me vem a mente. Composto por 4 volumes, é impossível ler o primeiro e não querer ler o outro e devorar todos. A saga de Viviane, Morgana, Arthur, Lancelot e outros, nos faz refletir sobre política, história, guerras e religião. Dentro de todos os livros que li, foi neste que a figura feminina aparece forte e fundamental para a história, e faz qualquer leitora se sentir orgulhosa por ser mulher. Quanto à religião, a imagem que a autora faz da figura divina deveria ser uma orientação para todos os fanáticos religiosos. Antes de qualquer coisa, Marion Zimmer Bradley tenta nos ensinar a respeitar a diversidade religiosa.
O caso dos 10 negrinhos - Agatha Christie
Este eu li aos meus 12 anos. Li outros livros da Agatha Christie também, mas nenhum é tão bom quanto este. Ele é pequeníssimo, é possível lê-lo em dois dias, mas a sua história é encantadora. Não vou contar nem um pouco da história do livro, pois isso seria estragar um pouco da surpresa que a leitura nos traz, no entanto, posso dizer que durante a leitura, Agatha parece desafiar nossa inteligência.
Pollyanna e Pollyanna Moça - Eleanor H. Porter
Este eu também li aos meus 12, 13 anos. Eu estava de férias, afundada no sofá em frente à TV quando minha vó me trouxe estes dois livros, um continuação do outro, velhos, com aquele cheiro horrível e as páginas amareladas. Comecei a ler meio que obrigada, mas depois foi por pura diversão. Pollyanna é uma criança que, após perder seus pais e irmãos, é obrigada a mudar de cidade e ir morar com uma tia sua que não gosta de crianças e a despreza totalmente. No entanto, antes de morrer, seu pai que era pastor de uma igreja, lhe ensinara a sempre ver o lado positivo de tudo. Não importa o que acontecesse, tudo tem seu lado positivo e Pollyanna teria que ver esse lado e valorizá-lo mais que os infortúnios. Sim, isso irrita e muito. Até hoje eu tenho um pouco de raiva da Pollyanna por causa disso. Mas, era por essa razão, que Pollyanna era uma menina muito alegre, obediente e amiga de todo o bairro. Até o coração da sua tia, antes duro como pedra, ela consegue amolecer um pouco. É uma história infantil, mas me marcou de algum modo, porque lembro com muitas saudades do livro.
Crime e Castigo - Fiódor Dostoiéviski
Sobre este livro comentei
aqui mesmo no blog quando o li, que foi recentemente. Apesar de não haver muita ação, é impossível não se envolver nos pensamentos do protagonista Ródia e temer por ele.
Vidas Secas - Graciliano Ramos
Vidas Secas é um dos livros da literatura brasileira de que eu mais gosto. Foi um livro que li e reli, só para rever toda a análise das apostilas de cursinho para vestibular. Nas duas vezes, chorei com o fim de Baleia e com o sofrimento daquela família de retirantes, que não é tão fantasiosa assim. Foi Vidas Secas que fez me interessar pela vida no campo brasileiro e hoje estudo este tema.
Dom Casmurro - Machado de Assis
Este foi outro livro que li duas vezes. Mas foi na segunda leitura que percebi o quanto um livro, um conjunto de palavras é capaz de ser tão mágico, de nos levar a um mundo tão surreal, nos deixar tão em dúvida e tão maravilhados ao mesmo tempo. Para mim Machado de Assis não foi só um escritor, foi um mágico, que através das palavras brinca com a nossa curiosidade, bom senso e inteligência também, por que não? Como é possível criar este mistério de "traía ou não traía", instigar milhares de leitores, especialistas, e nenhum chegar a uma conclusão? Para mim isso é mágico.
A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón
Este foi outro livro que li recentemente e que também comentei
aqui no blog. Aqui sim há muita ação e o mistério é tão eletrizante quanto os mistérios que li há 7 anos no clássico
O caso dos 10 negrinhos.
Harry Potter - J. K. Rowling
Fui obrigada a colocar Harry Potter nesta lista. A literatura não pode ser das melhores, pode ser um livro horrível - segundo alguns, mas dos meus 11 aos meus 12 anos, foi Harry Potter que me mostrou o quanto é possível se divertir, rir e chorar nas páginas de um livro. Li os 4 primeiros de uma vez só, em menos de 15 dias, e eu nunca havia lido nada antes. Após isso, esperei com ansiedade o 5°, li, mas me decepcionei com a história. Depois disso, a demora dos lançamentos, o crescente amadurecimento das minhas leituras, fizeram os 6° e o 7° livros serem chatos e maçantes. No entanto, devo muito consideração aos livros do Harry Potter, foram por causa deles que hoje eu gosto tanto de ler.