Nada para afirmar nossa identidade nacional do que estar fora do país. É só colocar o pezinho na gringa que toda a brasilidade floresce nas veias. Já começa no aeroporto enquanto esperamos o embarque. Aquele pãozinho de queijo superfaturado de qualidade duvidosa, que é maravilhoso porque “lá não vai ter pão de queijo”. Esses dias o presidente do Brasil pisou em terras nova-iorquinas e foi noticiado que, por não ter se vacinado, teve que almoçar do lado de fora de um famoso restaurante de rodízio de carne. Vi gente incrédula nas redes sociais: além de não estar vacinado, mal tinha chegado nos EUA e o ilustríssimo foi comer em um restaurante brasileiro.
Mas só quem está longe sabe a carência que as referências
Em São Paulo, por motivos de
Quando me mudei,
No português brasileiro somos muito mais amigáveis. Americano pode ser tanto o jogo de mesa que substitui a toalha, quanto o copo
No inglês, sortudo mesmo é o francês, que na culinária podem ser as amadas french fries ou o reconfortante french toast e, na sedução, french kiss é aquele beijo dado com língua. Ou seja, o beijo que importa. Em polissemia bilíngue, talvez o ganhador seja o Peru, tanto o animal quanto o país, cuja tradução é Turkey, o mesmo animal, mas outro país.
Mesmo diante de um universo de possibilidades de letras e palavras, brazilian é a extração com cera quente de pêlos pubianos na frente, lados, atrás e no ânus. Na descrição oferecida pelo profissional é “toda a linha do biquíni, mais interior das coxas e a faixa do bumbum. Obs: não inclui as nádegas”.
Queria que brazilian fosse qualquer coisa que trouxesse uma alegria inocente, um sabor doce, uma técnica ou objeto de respeito. Mas, infelizmente, é o púbis depilado do carnaval e o presidente que não toma vacina. O jeito é continuar fazendo brigadeiro e pão de queijo para os gringos experimentarem na esperança
Foto de flaviasaad0 em Pixabay
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