Retrospectiva de leituras 2022: os últimos nunca serão os primeiros, porque seremos os últimos a saber

Nos últimos 30 dias, 2022 virou 2023 e um novo presidente no Brasil assumiu o cargo. 30 vezes o sol se pôs e nasceu de novo. Meu blog, porém, ficou parado. 

Eu queria ter publicado minha retrospectiva de leitura de 2022 no dia 30 ou 31 de dezembro (justamente quando se fazem retrospectivas), mas vários acasos me fizeram postergar essa publicação. Está todo mundo falando de Carnaval, e eu aqui vendo minha lista de livros do ano passado. 

Enfim, em 2022 minhas opções de leitura foram muito ecléticas. Não consigo ver uma lógica que une todos. Eu fui indo, explorando e experimentando. Reli alguns autores com quem eu já tinha familiaridade e conheci novos. 

Dos autores que já estiveram por aqui, Ocampo, Roth, Wharton, James, Salinger e Ana Paula Maia foram motivos de satisfação mais uma vez. Murakami, porém, foi uma decepção. O pior livro do ano foi com certeza Norwegian Wood, o que constrastou enormenente com as outras obras do autor que haviam sido um grande conforto para mim. 

Dos autores que conheci este ano, mas já mortos, amei Dickens e Hawthorne. Com certeza quero lê-los novamente. Dos autores ainda vivos, Paul Auster foi a minha maior surpresa. Eu fiquei fascinada. Acabei com a sensação de que não apenas eu PRECISO ler mais livros seus, como preciso reler o mesmo livro e ir caçando todas as mensagens nas entrelinhas que eu deixei passar. Eu diria que New York Trilogy entra na categoria de "livros geniais que mudaram minha vida". McCarthy também foi muito legal e uma experiência de leitura bem bacana.

Finalmente, outro livro que me cativou foi Hamnet, uma obra super contemporânea, que conversa enormente com Lucia Berlin, Silvina Ocampo, e Edith Wharton. Autoras mulheres de lugares e tempos completamente diferentes, mas que falam justamente da mulher mãe, esposa, filha e dona de casa. 

O último livro da lista, Huckleberry Finb, comecei a ler e não consegui acabar. Quando estava mais ou menos na página 100, embarquei de férias para o Brasil. Em outro país, uma outra língua... não consegui dar continuidade. Um dia retomarei, pois estava bem legal. 

Só uma coisa me entristece nessa lista. Desde que comecei o blog em 2020 como um diário de leitura, este ano foi a primeira vez que deixei de escrever sobre algumas obras. Principalmente no final, parece que abandonei meu objetivo com este blog. Ainda bem que toda vez que o ano muda, temos novas chances. 


1 - Welcome Home: a memoir with selected photographs and letters - Lucia Berlin

2 - The Witcher Vol. 1: The last wish - Andrzej Sapkowski

3 - A Fúria e outros contos - Silvina Ocampo

4 - Norwegian Wood - Haruki Murakami

5 - David Copperfield - Charles Dickens

6 - A single man - Christopher Isherwood

7 - The House of Seven Gables - Nathaniel Hawthorne

8 - Macbeth - Shakespeare

9 - O mundo da escrita: como a literatura transformou a civilização - Martin Puchner

10 - Persuasion - Jane Austen

11 - O Monge - Matthew Gregory Lewis

12 - Unwinding anxiety - Judson Brewer

13 - Goodbye, Columbus and five short stories - Philip Roth

14 - Ethan Frome and other stories - Edith Wharton

15 - Hamnet - Maggie O`Farrell

16 - The Portrait of a Lady - Henry James

17 - The Best American Mystery Stories of the 19th Century - Otto Penzler (org.)

18 - O Corcunda de Notre Dame - Victor Hugo

19 - The Tender Bar - J.H. Moehringer

20 - The Catcher in the Rye - J.D. Salinger

21 - The Road - Cormac McCarthy

22 - Tender is the Flesh (Saboroso Cadaver)  - Agustina Bazterrica

23 - De Gados e Homens - Ana Paula Maia 

24 - New York Trilogy - Paul Auster

25 - The Adventures of Huckleberry Finn - Mark Twain


(Os livros em negrito são os que mais gostei!)

(Existe uma circularidade tragi-cômica no tempo da vida. E, assim como 2021, comecei 2023 lendo uma triologia de ficção científica maravilhosa e logo mais escrevo sobre ela aqui.)