Quando o livro é bom, mas os santos não batem

Antes de virar o mês, um rápido registro sobre a última leitura finalizada. Vai ser rápido porque não vou ficar aqui reclamando. Se for para falar muito, que seja para falar bem. 

A mão esquerda da escuridão, de Ursula K. Le Guin, foi um dos livros mais arrastados que eu li na vida. Eu não sei como não desisti. É um gênero totalmente fora da minha zona de conforto. Não costumo ler fantasia e muito menos ficção científica. Na virada de 2020-21, li a trilogia "O Problema dos Três Corpos", de Cixin Liu e, por mais que eu tenha gostado dos dois primeiros volumes, o terceiro não consegui terminar. Quando a narrativa fica abstrata demais, eu não consigo acompanhar.

Cheguei em "A mão esquerda da escuridão" por causa do clube do livro do Querido Clássico. Eu gosto de ler autores novos, me desafiar em leituras desconhecidas e, por isso, acho que não desisti do livro. Infelizmente, não consegui participar do encontro. Tivemos feriado de Dia de Ação de Graças aqui nos Estados Unidos, fomos viajar, tivemos corrida de rua no dia, mais fuso horário, um cansaço enorme e eu dormi a tarde inteira perdendo o encontro. 

De qualquer maneira, eu dei uma chance ao livro até a última página e não gostei.

Eu li algumas resenhas e achei que o livro merece a importância que ele tem. É bastante original o universo criado pela autora. Também reconheço o valor de uma mulher escrevendo ficção científica, um gênero tão dominado pelos autores homens. 

Mas, infelizmente, não deu. Eu demorei muito para compreender e engatar naquele universo. Ela já chega contando as coisas e a pessoa sem imaginação aqui sentiu falta de uma introdução. Fiquei perdida demais até meados do livro. Quando um dos protagonistas é capturado e levado para uma espécie de campo de concentração daquele planeta onde se passa a história, ficou mais interessante, mas ele logo é resgatado pelo outro protagonista e, pelas 100 páginas seguintes, eles atravessam um deserto de gelo. Tão difícil para eles quanto para mim, que achei a leitura desta parte tão desolada quanto o próprio cenário. Me deu sono, cansaço, preguiça e uma dificuldade imensa de continuar. Neste aspecto, muito realista a narrativa.

Única coisa que lamento foi não ter consigo participar do encontro, mas ler um livro e não gostar faz parte. Quanto mais a gente lê e se expõe, maiores as chances de encontrarmos algo com o qual não temos afinidade. 


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