Segue minha segunda tentativa de escrever crônica. Espero que vocês gostem. Para me dar uma moral, se vocês gostarem, me dêem um joinha nos comentários.
Meu marido uma vez me disse uma coisa muito verdadeira: Bolsonaro consegue fazer as pessoas ficarem vidradas por ele. Seja amando-o ou odiando-o. As pessoas conseguem só pensar, falar, seguir cegamente ou vociferar contra o Bolsonaro. O tempo todo, em toda mídia, plataforma ou conversa de bar. Aconteceu isso com meu texto durante a aula. Apesar da ironia de tratar Bolsonaro com a descrição de "ilustríssimo", a crítica que recebi é que passei pano para o nosso agradável presidente. O resto da crônica estava até ficando esquecido, quando foi salvo de afogamento no último segundo e, brevemente, elogiado pelo jogo de palavras.
Bom... Nesses momentos de radicalização que estamos vivendo, a ironia está em perigo. Então, afins de esclarecimento: não, não sou bolsonarista. Não estou passando pano para ele.
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Nada para
afirmar nossa identidade nacional do que estar fora do país. É só colocar o
pezinho na gringa que toda a brasilidade floresce nas veias. Já começa no aeroporto
enquanto esperamos o embarque. Aquele pãozinho de queijo superfaturado de
qualidade duvidosa, que é maravilhoso porque “lá não vai ter pão de
queijo”. Esses dias o presidente do
Brasil pisou em terras nova-iorquinas e foi noticiado que, por não ter se
vacinado, teve que almoçar do lado de fora de um famoso restaurante de rodízio
de carne. Vi gente incrédula nas redes sociais: além de não estar vacinado, mal
tinha chegado nos EUA e o ilustríssimo foi comer em um restaurante brasileiro.
Mas só quem está
longe sabe a carência que as referências
Em São Paulo,
por motivos de
Quando me mudei,
No português
brasileiro somos muito mais amigáveis. Americano pode ser tanto o jogo de mesa
que substitui a toalha, quanto o copo
No inglês,
sortudo mesmo é o francês, que na culinária podem ser as amadas french fries ou o reconfortante french toast e, na sedução, french kiss é aquele beijo dado com
língua. Ou seja, o beijo que importa. Em polissemia bilíngue, talvez o ganhador
seja o Peru, tanto o animal quanto o país, cuja tradução é Turkey, o mesmo
animal, mas outro país.
Mesmo diante de
um universo de possibilidades de letras e palavras, brazilian é a extração com cera quente de pêlos pubianos na frente,
lados, atrás e no ânus. Na descrição oferecida pelo profissional é “toda a
linha do biquíni, mais interior das coxas e a faixa do bumbum. Obs: não inclui
as nádegas”.
Queria que brazilian fosse qualquer coisa que
trouxesse uma alegria inocente, um sabor doce, uma técnica ou objeto de
respeito. Mas, infelizmente, é o púbis depilado do carnaval e o presidente que
não toma vacina. O jeito é continuar fazendo brigadeiro e pão de queijo para os
gringos experimentarem na esperança
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